É muito comum ouvir de alguém que tem pet dizer “O Totó é um amor, mas morre de ciúmes de mim, ninguém pode chegar perto”.
Durante muitos anos o lugar do pet nas famílias mudou bastante inclusive quando se trata de educação canina, mas ainda sim vemos muitos mitos que foram carregados durante anos se repetindo como uma verdade absoluta. Se você está aqui para saber se isso é um mito e quer melhorar o entendimento do seu cão, esse é o seu lugar, aproveite a leitura.
Primeiro precisamos ir na raiz dos fatos, vamos falar sobre emoções! Existem emoções Primarias e Secundárias.
Emoções Primárias, são aquelas facilmente perceptíveis pelas pessoas, como o medo e a alegria já emoções secundárias ou sociais são aquelas aprendidas e integradas a memórias, sendo avaliadas como boas ou ruins. Simpatia, ciúmes, orgulho, vergonha admiração e culpa são alguns exemplos. As emoções primárias são mais facilmente identificadas.
Mas o que isso tem a ver com meu cachorro? TUDO a ver. Se seu cão está triste ou feliz com certeza você deve perceber, mas a culpa, orgulho, compaixão, ciúmes? Será que existe mesmo? É mais do que comum vermos tutores tratando cães como crianças e não estou falando de colocar roupinha ou fazer festa de aniversário, estou falando de emoções.
Agora que você já sabe um pouco sobre emoções, vamos ao ponto.
Pesquisas e pesquisas futuras podem provar o contrário, mas até agora essa história de ciúme canino nada mais é do que uma opinião pessoal. Uma pesquisa realizada em 2012 observou que os cães não podem julgar as pessoas com base na experiência indireta. Nos testes aplicados, após observar um “amante de animais de estimação” e uma pessoa “neutra” interagindo com um cachorro, o animal observado não demonstrou grande preferência pela pessoa que demonstrou grande amor por cães.
Essas emoções são facilmente confundidas porem o que seu cão realmente sente é POSSE!
O que pode causar? A falta de estímulos corretos durante a fase de socialização do animal (quando ainda é filhote) pode ser uma das causas para o desenvolvimento do comportamento de posse (aquele dito como ciumento). Além da falta de socialização adequada nos primeiros meses de vida, o comportamento do tutor pode contribuir muito para a piora da situação do cão possessivo. Por isso, é importante que o tutor se preocupe com a qualidade da interação entre o seu cachorro, com as pessoas e outros animais, pois experiências ruins podem tornar o cão um antissocial. Assim, o cão passa a viver sob um estresse constante, preparado para entrar em combate a qualquer hora.
A posse de outros cães é bem comum entre os pets. Para quem tem um cachorro em casa e decide incluir um novo membro (um cachorro, gato ou qualquer pet), pode se deparar com este tipo de situação. O cão possessivo pode associar a chegada do outro com a perda de atenção do dono.
A posse pode ser pode ser “despertada” pela chegada do bebê em casa. Quando há a mudança na rotina do pet por conta do nascimento do primeiro filho de um casal, por exemplo, pode ser um problema. O ideal é que não haja mudança no dia a dia do cão, a não ser que seja extremamente necessário.
Erros comuns que podem desencadear Posse nos cães
Os cães que sentem ciúmes de pessoas também não devem ser estimulados. Muitas vezes, ao perceber que o cão se torna tenso com a aproximação do tutor, as pessoas se afastam. Neste caso, a mensagem para o cachorro é de que ele controla quem pode ou não se aproximar. Para evitar o problema, quando alguém chegar perto de você, continue brincando e dando atenção ao cachorro, para que ele entenda que não perderá tudo por causa da chegada de alguém.
Um erro comum de muitos tutores é dar atenção ao cão quando ele apresenta agressividade. Se o cão rosnar, latir ou mostrar os dentes quando outro pet se aproximar, não dê bronca nem carinho para acalmá-lo. Neste caso, é importante tirar o motivo da disputa de foco. Mude de direção imediatamente, tirando o olhar dele do outro cão e distraindo-o com outro movimento.
Outra situação que deve ser evitada é demonstrar-se tenso para o cão quando ele apresentar comportamento negativo. Com certeza, o pet sente que há uma tensão por parte do tutor e irá responder de maneira ruim. Muitas vezes, a atitude do cachorro é um reflexo das atitudes do tutor.
Outro erro é pegar o cachorro no colo quando alguém ou um outro animal se aproxima. Ao fazer isso, o dono incentiva ainda mais o comportamento agressivo com qualquer um que chegue perto. O cão entende que é o seu dever proteger o dono nesta situação e percebe também a tensão no ar. Se a pessoa que ele está tentando afastar repreendê-lo ou forçar a interação, fará com que ele associe aquele sentimento a algo negativo, piorando a situação.
O ideal é sempre socializar o animal aos poucos em momentos tranquilos, desviando o olhar do cão (mudando de direção na caminhada) quando ele apresentar agressividade ou ansiedade. É importante que o tutor se imponha como líder durante o passeio, dando as coordenadas ao cão o tempo todo. Assim ele vai se sentir mais seguro.
Algumas raças e perfis de cães são predispostas ao comportamento possessivo. Cães de pequeno porte, principalmente raças como Pinscher, Dachshund, Chihuahua, Maltês, Yorkshire, por exemplo, tendem a ser mais reativas.
Dicas para melhorar o comportamento do cão
Além do que já explicamos, separamos algumas dicas que visam melhorar o comportamento do cão, reduzindo as chances de episódios de posse, confira.
Adestramento: o primeiro passo é procurar ajuda de um profissional especializado. A avaliação de um adestrador ou especialista em comportamento animal muitas vezes é necessária, principalmente em casos graves, que prejudicam o convívio. O adestramento é capaz de reabilitar e acabar com os erros comportamentais dos cães, principalmente durante passeios e ao receber visitas.
Socialização adequada: mesmo depois de adulto, o cão pode ser socializado para ter uma vida mais agradável e sentir menos posse. Além disso, serve para tirar o animal “da cola” do tutor o tempo todo. O ideal é ir apresentando outros animais aos poucos – de preferência aqueles que sejam calmos e que combinem com o temperamento do cão que está sendo socializado. Conte com a ajuda de um adestrador capacitado caso você tenha dificuldades em realizar esse treinamento.
Qualidade vale mais que quantidade: não é preciso passar o tempo todo ao lado do peludo para proporcionar bem-estar e qualidade de vida. É importante separar um tempo para se dedicar ao pet, com qualidade. Para isso, quando estiver realizando uma brincadeira, fazendo um carinho ou em um passeio com o pet, dedique este momento a ele. Esqueça TV, celular e tudo o mais!
Brincar sempre: as brincadeiras são sempre bem-vindas. Pode ser de jogar bolinhas, ensinar truques, esconder petiscos e tudo mais que o seu peludo gostar.